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Liderança Ágil: competência essencial do Profissional do Futuro

Liderança Ágil: competência essencial do Profissional do Futuro
Valdinei Santana, MSc
mai. 11 - 8 min de leitura
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Liderança sempre foi importante! Quando você pensa em grandes líderes, de quem você lembra? Ayrton Senna? Madre Teresa de Calcutá? Alexandre, o grande? Cleópatra? Jesus Cristo? Bill Gates? Todos foram grandes líderes e para saber como desenvolver suas próprias características de liderança, eu recomendo que você imite o comportamento deles… Quer ser um grande líder? Faça como eles! A liderança se manifesta naquilo que você faz, como você faz e, porque você faz. Mas quando pensamos no líder do futuro dentro das organizações em transformação constante, como ele se comporta? Como lida com os conflitos entre diferentes gerações trabalhando juntos? Como esse profissional escolhe e aplica novas tecnologias para melhorar a produtividade e colaboração do time? O líder ágil é o profissional do futuro. 

 

A melhor forma de liderar é pelo exemplo. Não se trata do que você fala, mas do que você faz. O que você faz e como você faz é um forte instrumento de comunicação. Grandes líderes são grandes comunicadores. Comunicação visual, auditiva, emocional sempre se adaptando aos liderados. A responsabilidade pela comunicação efetiva é do emissor e não do receptor. Você já ouviu falar da revolução da  Índia? E de Mahatma Gandhi, o grande líder! Gandhi libertou a Índia usando a “marcha do sal”, uma caminhada de 400 km, para desafiar os britânicos que cobravam altos impostos sobre o sal. Isso é liderança transformadora utilizando simples e poderosas formas de comunicação e inspiração! Aquela liderança que comunica, alinha e mobiliza time para um propósito transformador. 

 

A agilidade, no contexto do mundo dos negócios, não se trata de um líder fisicamente ágil ou que se adapta a novas situações. O objeto da agilidade não é o líder, mas a organização liderada. A velocidade de adaptação às novas condições do mercado é uma analogia melhor para agilidade. Sobrevivência e prosperidade da empresa se adaptando ao ambiente competitivo. Os inimigos naturais da agilidade são a burocracia, a complexidade e o status quo. Como simplificar os produtos, processos e estruturas são grandes desafios da liderança ágil.

 

Transformações, revoluções, independência de países com ou sem violência fazem parte da história da humanidade. O que está diferente é a velocidade que as novas tecnologias possibilitaram gerando o mundo VUCA (Volatility, Uncertainty, Complexity and Ambiguity). A velocidade é tanta que a realidade vivida pelos pais já não se aplica aos filhos. Não que antes não existissem essas diferenças. Você sabe quantos anos dura uma geração? Historicamente durava 25 anos, mas hoje existem estudiosos que afirmam que a geração muda em bem menos tempo... Talvez 10 anos. Imagina uma empresa com diretores, gerentes e empregados de diferentes gerações em um mundo VUCA. Quer ser o líder do futuro? Então comece a praticar princípios para resolver a equação “X + Y + Z = AGILIDADE”.

 

Princípio é aquilo que é fundamental, ou seja, é a essência do todo. Nesse artigo abordo 3 princípios básicos que venho utilizando na prática e recomendo para você se desenvolver como um líder ágil:

  1. Empatia

  2. Simplicidade

  3. Experimentação

 

A EMPATIA é a habilidade de se colocar no lugar do outro. Fácil de falar e difícil de se fazer. Imagine que você quer "empatizar" com um peixe que está dentro do lago. Você observa como o peixe age, dá comida para ele, procura entender como esse peixe se relaciona com os outros peixes. No final, depois de muita pesquisa, pode até se achar um especialista no comportamento dos peixes. Mas o problema é outro. É mais profundo! Como compreender a realidade do peixe, na perspectiva do peixe? Se você quer ser um líder ágil não pode transformar a realidade do cardume ficando na beira do lago só olhando. Você precisa viver a realidade do peixe! Conheça a si mesmo, conheça sua equipe e a realidade de cada um e coletivamente. E lembre-se que estamos convivendo com diferentes gerações (X, Y e Z). Alguns precisarão de acompanhamento, outros de desafios e metas claras. Nesse meio-termo existe um grande degradê de personalidades e emoções diferentes. As pessoas tomam decisões emocionais e depois buscam justificativas racionais para suas decisões. Como você vai se preparar para isso?


 

A SIMPLICIDADE, para Leonardo da Vinci, é o último estágio da sofisticação. No contexto empresarial vamos imaginar um fluxo contínuo de produtos, serviços e de riqueza. Em uma ponta o consumidor final e na outra ponta a natureza. Se você pensar em uma cadeia de valor de alimentos, de geladeiras ou de carros essa analogia é válida.  A sustentabilidade desses modelos está no tripé (PPP = People, Planet, Profit), ou seja: ecologicamente correto, socialmente justo e economicamente viável. Vivemos em um mundo capitalista e você, como líder ágil, precisa compreender que em cada etapa desde a extração de recursos naturais, passando pelo fornecedor do fornecedor, pelo cliente e pelo cliente do cliente até chegar no distribuidor para o consumidor final precisa ter lucro. Só existem duas formas de você aumentar o lucro: aumentar as receitas ou reduzir os gastos (custos, despesas e/ou investimentos). Quanta riqueza você gerou para o ecossistema onde trabalha? 


 

A EXPERIMENTAÇÃO é o terceiro princípio que tenho utilizado. No meu dia-a-dia tenho levado práticas das startups para as grandes empresas e iniciativas de Open Innovation e também mentorado as startups para aprender a se conectar com grandes empresas ou a melhorar sistemas de governança. Não importa, se na grande empresa ou na startup, ninguém quer gastar muito dinheiro para pagar pelo aprendizado. Todas as empresas querem inovar em produtos, processos e modelos de negócio. Mas todos querem errar rápido e barato! A transformação digital promovida pelo vírus COVID-19 gerou um novo normal: modelos digitais de negócios. Como você tem comemorado pequenas vitórias na implementação de modelos digitais? Como você concluiu seus experimentos?  Você é reconhecido pela sua habilidade de concluir as coisas que começa? Ou você é só do Design Thinking e quase nunca chega no Design Doing? Como balancear experimentação com inovação de verdade? Quando menciono “inovação de verdade” no meio empresarial, estou falando do “novo lucro”. Quanto de “novo lucro” você gerou?


 

EMPATIA, SIMPLICIDADE e EXPERIMENTAÇÃO são os princípios que tenho utilizado nos dois últimos anos para trabalhar a conexão entre grandes empresas e startups. Tenho consciência de que pode não se aplicar a todas as classificações de lideranças. Mas se você deseja se tornar um líder ágil, comece a praticar esses três princípios. Na prática, os princípios se materializam em ações de quem faz acontecer: conhecer a si próprio e sua equipe, estar próximo da realidade dos negócios, estabelecer metas claras para o time com propósito inspirador, acompanhar as pessoas que precisam de ajuda, comemorar as vitórias e ser reconhecido como alguém que conclui os trabalhos que iniciou. Se você tem dificuldades com o último item, fica uma dica: “antes um fim terrível que um terror sem fim”.

 

 Para ser um líder ágil estabeleça ritmo de entregas, desenvolva o pensamento crítico e racional mas não se esqueça que as pessoas tomam decisões emocionais. Lembre-se que mencionei que o grande líder, não raro, é um grande comunicador. Eu assisti uma palestra de um marketeiro na ExpoGestão alguns anos atrás e nunca mais esqueci da frase que estava no slide do meio da palestra. O palestrante, antes do slide, disse: “Nada do que eu falei até agora é tão importante quanto o que está no próximo slide. E nada que vou falar depois é mais importante também. Então se você quer ir embora, espere o próximo slide…”. Sabe o que estava escrito no slide? “A emoção altera o juízo de valor das pessoas.”

 


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