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O profissional do futuro e sua capacidade de resolver problemas complexos em 7 passos

O profissional do futuro e sua capacidade de resolver problemas complexos em 7 passos
junior chapim soares
mar. 10 - 10 min de leitura
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Quantas vezes nos deparamos com problemas críticos no nosso trabalho, coçamos a cabeça, e não sabemos nem por onde começar?

Não sei se acontece com você, mas a sensação de desespero e o famoso “e agora?” paira no ar.

Uma das habilidades mais esperadas do profissional do futuro e que está no TOP10 do “World Economic Forum” é a “complex problem-solving” ou a Capacidade de Resolver Problemas Complexos. 50% de todos os funcionários do mundo precisarão se requalificar em 1 ou mais habilidades até 2030.

Aprender uma nova habilidade não é só fazer cursos, ler livros e ver vídeos educacionais, mas sim adicionar a “prática”, executar, realizar, ou qualquer verbo de ação que queira utilizar.

Uma boa dica é: Converse com pessoas que conheçam bem do assunto, já são experientes na habilidade requerida, tem bons exemplos do que fazer e o que não fazer e podem ajudá-lo. Assim, você evoluirá muito mais rápido.

A entrada em novos mercados, a criação de produtos ou serviços novos ou mais sofisticados, inevitavelmente garante o aumento da complexidade organizacional. Portanto, os desafios também se tornarão mais complexos nas organizações. 

Neste artigo, compartilharei minhas ideias sobre como abordar a solução de problemas complexos.

Não foi fornecido texto alternativo para esta imagem

Bom, tarefa nada fácil, mas se você já desenvolveu esta habilidade, parabéns, já está em vantagem competitiva no mercado, mas se você não tinha percebido a importância deste tema, não se desespere, ainda dá tempo de se desenvolver.

Mas, o que são problemas complexos?
São problemas que não podem ser alcançados por ações rotineiras. Problemas complexos geralmente envolvem requisitos ricos em conhecimento e colaboração entre diferentes pessoas.

São problemas que estão além do escopo de compreensão e resposta de qualquer organização; frequentemente há desacordo sobre a causa dos problemas e como abordá-los. Agora que sabemos “o que” são, vamos aprender o “como” fazer.

O método dos 7 passos:

 1.  Proteja o seu cliente: A primeira coisa a fazer é “conter” o problema, bloquear, criar barreiras, para não deixar ele chegar ao seu cliente (a próxima área dentro da empresa ou o cliente final). É importante também definir um time para atuar, um plano de trabalho e quais os resultados esperados, visto que se trata de um problema complexo.

Dica: Para a solução de problemas complexos nas organizações, você precisa de pessoas que já fizeram um trabalho semelhante ou relacionado. Eles não devem ser aqueles que executam o trabalho ou alguém de sua equipe, mas devem ser os treinadores ou gerentes apontando as pessoas na direção certa e garantindo que as pessoas nas equipes estejam alinhadas ou que haja alinhamento entre as equipes dependendo do assunto.

Como fazer:

  • Definir O que será feito;
  • Definir Quem vai fazer;
  • Definir Quando começa (de preferência “imediato”);
  • Definir Quando termina;
  • Definir Quem controla o bom andamento da ação.

O que não fazer: Deixar de controlar a medida preventiva pois muitas ações de contenção falham pois não há controle, e, se tratando de uma atividade não padronizada, cai no esquecimento e prejudica a qualidade do produto ou serviço.

2.  Analise o cenário atual: Quer realmente entender o problema? Vá até ele! Chamamos de “ir ao Genba” (Go to the Genba). Mas o o que significa genba? Bem, é uma palavra Japonesa que significa o lugar real, local onde o valor é criado; na manufatura, o genba é o chão de fábrica. Pode ser qualquer “local” como canteiro de obras, setor de fabricação, local de vendas ou onde a empresa de serviços interage diretamente com o cliente.

 Os envolvidos devem ir até lá e “observar” para entender o impacto total do problema, reunindo dados de todas as fontes.

Como fazer:

  • Definir suas prioridades para resolver o seu problema imediato ou as necessidades imediatas do cliente. 
  • Ir até o local onde está acontecendo o problema;
  • Conversar com as pessoas envolvidas;
  • Identificar quais são os indicadores de performance afetados;
  • Coletar os resultados dos últimos meses destes indicadores;
  • Fazer uma imagem da situação atual x condição padrão ou ideal;
  • Ferramentas de apoio: (Gráfico de Pareto, correlação, Histograma, 4M) 

O que não fazer: Ficar sentado na cadeira imaginando como o problema está sendo gerado. Achar que todos os problemas são iguais. Propor soluções sem analisar o problema.

3.  Analise o problema para encontrar a causa raiz: Aqui está a parte mais importante de todo o processo para resolver um problema complexo. Identificar a causa raiz é primordial para eliminá-lo em definitivo. Vejo que muitos grupos falham por usar o “eu acho que” como forma de detectar a causa. Outros se baseiam no efeito causado para propor solução.

Na verdade, existe uma grande diferença entre o que é causa e o que é efeito e, se você ainda tem dúvida. Causa: a origem de um problema / Efeito: Algo produzido por uma causa; a consequência do problema. 

Outro ponto importante é que sem “dados e fatos” fica quase impossível encontrar a causa raiz.

Dica: um problema complexo pode ter muitas ramificações, portanto, quebre ele em problemas menores pois será mais fácil de analisar cada um.

Como fazer:

  • Dividir efetivamente o problema em partes e resolver essas partes individuais antes de conectá-las para formar um todo (utilizar a árvore de problemas);
  • Determinar os principais fatores que causam o problema;
  • Avaliar os impactos causados por estes fatores utilizando os 4Ms (ferramenta espinha de peixe) e comparando com o padrão;
  • Utilizar a análise dos 5 porquês (5 Whys) para identificar a causa do problema – Esta análise precisa ser feita com muito cuidado e detalhes. Nunca parar no primeiro porque;
  • Separar a causa raiz.
O que não fazer: Tentar encontrar a causa sem dados e fatos; Usar o efeito como causa; Ser superficial nos 5 porquês; Não utilizar boas ferramentas de qualidade para identificar o problema e causa raiz.

4.  Construa o plano de ação: Nesta fase você deve montar um plano de ação (pode-se utilizar o 5W2H) juntamente com uma matriz de decisão para identificar as prioridades (quais ações remetem maior impacto no resultado) e direcionar a equipe (responsáveis pelas ações). Todas estas ações em conjunto devem eliminar a causa raiz do problema.

Como fazer:

  • listar todas as ações que terá de fazer para atingir seu objetivo e eliminar a causa raiz;
  • Identificar os obstáculos, informações, habilidades e ajuda necessária;
  • Programar todas essas coisas em uma lista abrangente organizada por prioridade e sequência;
  • Então, aja todos os dias até a última ação concluída.

O que não fazer: Propor ações sem prazo e responsáveis. Propor ações sem avaliar os 4Ms. Não definir um responsável para a lista geral. Deixar de priorizar as ações.

5.  Controle as ações: Defina padrões para medir o quanto você está progredindo. Seus objetivos devem ter prazos. Se for uma meta grande, defina uma série de sub-prazos.

Como fazer:

  • Verificar as ações concluídas no prazo, as ações em atraso e as abertas;
  • Informar periodicamente os gestores sobre o status do plano de ação;
  • Identificar pontos de bloqueio para solicitar ajuda em reuniões com a liderança;

O que não fazer: Deixar de controlar diariamente. Muitas ações falham pois não há controle, e, se tratando de uma causa raiz, fica uma lacuna na resolução do problema e prejudica a qualidade do produto ou serviço.

6.  Avalie os resultados: Comparar as condições antes e após a melhoria usando dados para ver se atingiu o objetivo. Esta etapa define se a causa raiz foi bem identificada e se o trabalho foi bem realizado.

Como fazer:

  • Fazer gráficos de acompanhamento dos indicadores de performance (antes e depois);
  • Colocar um marco desde quando a solução foi implementada;
  • Avaliar a tendência positiva no gráfico.

 Dica: Para cada ação concluída, faça um teste de validação para saber se foi resolvido o problema, assim você consegue alinhar:

>     Plano – Aplicação – Checagem – Ajustes ou validação (o famoso PDCA)

O que não fazer: Deixar de evidenciar os resultados antes da implementação da solução e após a implementação. Esquecer de demonstrar a tendência positiva dos indicadores de performance com impacto direto no problema.

7.  Estabeleça um novo padrão: Chegamos na ultima etapa. Imagina que você está rolando uma pedra redonda morro acima e você para e sai da frente dela. O que acontece? Ela rola tudo de volta e todo o esforço feito foi em vão. Por isso que precisamos padronizar, ou seja, colocar um calço para ela não rolar para baixo. Assim acontece com o problema:

Se você não colocar um calço (estabelecer um novo padrão de trabalho ou uma revisão do mesmo) para a nova condição, ela vai retornar um dia.

Como fazer:

  • Rever ou criar o padrão de trabalho para a nova condição;
  • Informar e/ou treinar todos os membros relacionados;
  • Assegurar que ele está sendo bem aplicado;
  • Avaliar os resultados sustentáveis com dados e fatos;

Ponto importante: Este padrão novo ou revisado pode ser aplicado em outras áreas e empresas do grupo para prevenir um futuro problema? Se sim, compartilhe e assegure que as boas práticas serão implementadas

O que não fazer: Deixar tudo do jeito que está. Parar de monitorar os resultados. Não assegurar que está robusto. Guardar a solução só na sua área e não compartilhar.

Todo a experiência obtida utilizando estes 7 passos vai deixa-lo cada vez mais preparado para resolver problemas complexos.

Muito importante é alinhar Conhecimento (Adquirir) + Habilidade (Praticar) + Atitude (querer fazer), famoso CHA, para estar sempre preparado e se destacar na sua profissão, seja ela qual for.

Agora me diz abaixo nos comentários se foi útil para você. Estou a disposição para ajudar!


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