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Quantas vezes você já disse não hoje?

Quantas vezes você já disse não hoje?
Willian Beneducci
jun. 16 - 4 min de leitura
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Nunca fui uma criança muito normal. A verdade é que eu gostava muito de ser diferente. Se todos gostavam de X, eu provavelmente iria gostar de Y. Sempre foi assim, com a cultura pop, com tendências de moda e comportamento, com futebol e esportes em geral. A verdade é que eu gostava mesmo é de ser um espírito livre e rebelde. Gostava de desbravar o desconhecido e apanhar bastante no caminho, demorando para aprender as coisas complexas, discutindo detalhes que para outros pareciam triviais e fazendo coisas que nem sempre todos achavam interessante. Vivia no meu mundo "Lego" que além de ser sem dúvida meu brinquedo de infância favorito é uma ótima metáfora para o jeito que gostava de construir e destruir tudo que me cercava. Fuçava em tudo e desmontava tudo.

Muitos anos se passaram. Esse comportamento acabou me lançando na vida em diversas aventuras com tecnologia e, por fim, no mundo do empreendedorismo. Foi só em 2014 quanto li "De Zero a Um" do Peter Thiel que percebi, no capítulo 14, quão importante é ser diferente. A diferença entre você e outras pessoas trás uma riqueza para o negócio. Você pode ser "estranho" aos olhos dos outros mas é justamente os "desajustados" que mudam o mundo. Mas como? No capítulo 10 temos uma pseudo resposta: "Faça uma só coisa". Foque cada pessoa em uma tarefa, deixe ela desenvolver aquilo do seu próprio jeito diferente. Os resultados podem ser surpreendentes. 

Lembro muito bem que nunca fui um grande fã do Steve Jobs. Como sempre, fugia do que era comum, muitos dos meus amigos fãs de tecnologia idolatravam ele. Eu, imitando meu comportamento rebelde, fugia e ignorava. Foi só em 2019 que ao ler sua biografia homônima escrita por Walter Isaacson  que comecei a compreender sua genialidade. Sua obsessão por detalhes e novamente, o seu foco. Steve Jobs após o seu retorno a Apple descobriu que a empresa estava totalmente fracionada, vários produtos sendo desenvolvidos em um grande caos tecnológico. Em uma reunião, descrita em detalhes no livro, ele dividiu o foco da Apple em apenas 4: computadores para consumidores comuns, profissionais, tanto desktop quanto notebooks (imagem abaixo). O que veio deste ponto em diante é história.

Por fim, se você ainda não se convenceu na importância do foco, o último livro que finalmente sacramentou a ideia na minha cabeça foi o "Good to great - Empresas feitas para vencer" do Jim Collins neste livro que considero um dos melhores de negócios que já li, Jim Collins e uma equipe impecável desenvolvem um estudo ao longo de anos, aprofundando-se em dados históricos para entender e responder uma simples pergunta: por quê algumas empresas triunfam e outras fracassam? Os estudos culminam em descobertas fascinantes de práticas comuns entre grandes empresas de sucesso. Um deles é o "Conceito de Porco-Espinho" (Agora a capa fez sentido, né?) ele provem de uma parábola que por si só já vale a leitura do livro. Grandes empresas são como porcos-espinhos "simplificam o mundo complexo e o transformam numa única ideia organizadora, num princípio um conceito que unifica e orienta tudo." - citando o livro. Grandes empresas tem o foco como orientador de todas suas atitudes, não seguem modas, não se orientam pela flutuação de tendências passageiras, são sólidas em suas ideias e no que pretendem trazer ao mundo. Isso aliado a uma execução que não perde em vista o objetivo do "por quê" e do "para que" se está fazendo algo é o segredo de sucesso para empresas grandes e também para você que quer tirar um grande projeto do papel. Comece e não se distraia, muito do que é passageiro é apenas isso mesmo, passageiro.

Agora quero saber: quantas vezes você já disse não hoje?


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